03 março 2006

Nasceu um anti-fascista.

Durante quase 30 anos, o anti-fascismo era uma espécie de carta de alforria dos políticos em Portugal. Quem não tivesse pergaminhos anti-fascista não podia ser político. Cavaco, por exemplo, que nos tempos da outra senhora andava, como quase todos, a fazer pela vida, no caso dele a estudar, muitas vezes lhe viu ser feita a pergunta: "e você, onde é que estava no 25 de Abril?"
Ontem, Portugal viu nascer um novo anti-fascista. Diogo Freitas do Amaral, da sua graça, disse a Telmo Correia, do CDS, que quando ele (Telmo) andava de cueiros (fascinante palavra), já ele (Diogo) lutava pela liberdade e pela democracia.
Ora, fazendo umas contas, Telmo Correia tem já bem mais de 40 anos. No 25 de
Abril seria já quase adolescente. Por isso, quando usou cueiros, estava Portugal serenamente entregue às mãos do dr. Salazar e mais tarde do dr. Caetano.
Lutou Freitas pela liberdade e pela democracia nessa altura? Pelo que vou lendo e sabendo desses anos, nessa altura Freitas não se distinguiu como lutador da liberdade. Fê-lo mais tarde, no pós 25 de Abril, mas não antes.

Agora, o que é verdadeiramente intrigante é ver o PS a aplaudir deliciado, enquanto Freitas tentava reescrever a história.

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