30 novembro 2005
O inimigo
A acreditar na imprensa local, o Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD considerou, durante a festa de aniversário do PSD de Joane, que Sá Machado era "inimigo do PSD". Conta-se que, em tempos, Churchill, o conservador primeiro-ministro britânico que foi determinante para a vitória aliada na segunda Guerra Mundial, acompanhou um jovem conservador numa visita à Câmara dos Comuns (o parlamento britânico). E perguntou-lhe, apontando para os lugares onde se sentavam os deputados trabalhistas: "Sabe quem se senta ali?", ao que o jovem entusiasmado respondeu: "Claro, ali sentam-se os nossos inimigos". Curchill corrigiu: "Não, ali sentam-se os nossos adversários. Os nossos inimigos sentam-se ao nosso lado, nesta mesma bancada". Forçado a meter o "inimigo" dentro de casa, e até a dormir com ele, o jovem e ambicioso Paulo Cunha talvez se devesse lembrar disto.
16 novembro 2005
Análise aos resultados das Autárquicas 2005
Os resultados das últimas eleições autárquicas constituíram surpresa. Não tanto pela vitória de Sá Machado, que era de certa forma esperada, mas sobretudo pela forma esmagadora como essa vitória se materializou. Os resultados não podem deixar de ser analisados, e essa análise pode ser feita de várias perspectivas e com vários níveis de análise.
O primeiro nível de análise, e porventura o mais simplista, é considerar que a vitória esmagadora de Sá Machado se deu porque o candidato era melhor. Esta perspectiva traduz uma visão de que o que estava em causa eram sobretudo os dois candidatos. Isto, sendo verdade, não permite explicar em toda a sua dimensão o que aconteceu. Por um lado, as eleições e a campanha não foram demasiado personalizadas. Embora girando em torno dos candidatos, e campanha não se reduziu a eles e os partidos representaram um papel essencial. Por outro lado, o candidato Artur Fernandes é sem dúvida um homem sério e respeitado na freguesia. Embora pouco habituado a campanhas políticas, é difícil de perceber porque não conseguiu aumentar a votação do PSD relativamente a eleições anteriores.
Um segundo nível de análise, é considerar as listas apresentadas no seu todo. E aqui a explicação começa a tomar forma. Uma lista em coligação, como era a do PSD é sempre uma lista mais difícil de organizar. Há concessões que é preciso fazer e é forçoso reconhecer que o CDS, não valendo coisa alguma em termos eleitorais ou políticos, sabe vender-se. Vende-se bem. E caro.
O terceiro nível é analisar a candidatura do PSD em função de quem lá não aparece. Das ausências. Não tanto as ausências em si mesmo, mas pelo que elas significam. Ora, a direcção do PSD entendeu por bem proceder a uma mudança radical, não apresentando qualquer dos candidatos que representaram o partido nos últimos dez anos em Joane. Erro grave. Uma coisa é ir renovando as listas e os rostos. Outra coisa bem diferente é varrer tudo, fazer do passado tábua rasa e rejeitar toda a experiência acumulada. Para além disto, que não é pouco, neste caso concreto, a rejeição de alguns rostos do partido foi ainda uma consequência das últimas eleições internas do Partido. Erro também. Um Partido que se apresenta publicamente dividido é um Partido fragilizado. As eleições internas num Partido são um acto normal em democracia. Mas o que não pode acontecer é que eleições internas acabem por ter uma tradução pública.
Finalmente, e ainda analisando ausências nas listas do PSD, como explicar a ausência do presidente do núcleo de Joane? De tudo o que atrás se discutiu, este facto é o mais difícil de explicar. Aliás, parece-me inexplicável. Terá o presidente do núcleo que a sua presença nas listas mais do que conquistar votos fazia perder votos? Talvez. Terá o presidente do núcleo sido proibido pela hierarquia do Partido de se candidatar? Talvez. Seja qual for a resposta, a verdade é que nenhuma das respostas ajuda o Partido. Um presidente do Partido tem sempre que ter qualidades pessoais, políticas e boa imagem pública para fazer parte de uma lista em lugar de destaque.
O primeiro nível de análise, e porventura o mais simplista, é considerar que a vitória esmagadora de Sá Machado se deu porque o candidato era melhor. Esta perspectiva traduz uma visão de que o que estava em causa eram sobretudo os dois candidatos. Isto, sendo verdade, não permite explicar em toda a sua dimensão o que aconteceu. Por um lado, as eleições e a campanha não foram demasiado personalizadas. Embora girando em torno dos candidatos, e campanha não se reduziu a eles e os partidos representaram um papel essencial. Por outro lado, o candidato Artur Fernandes é sem dúvida um homem sério e respeitado na freguesia. Embora pouco habituado a campanhas políticas, é difícil de perceber porque não conseguiu aumentar a votação do PSD relativamente a eleições anteriores.
Um segundo nível de análise, é considerar as listas apresentadas no seu todo. E aqui a explicação começa a tomar forma. Uma lista em coligação, como era a do PSD é sempre uma lista mais difícil de organizar. Há concessões que é preciso fazer e é forçoso reconhecer que o CDS, não valendo coisa alguma em termos eleitorais ou políticos, sabe vender-se. Vende-se bem. E caro.
O terceiro nível é analisar a candidatura do PSD em função de quem lá não aparece. Das ausências. Não tanto as ausências em si mesmo, mas pelo que elas significam. Ora, a direcção do PSD entendeu por bem proceder a uma mudança radical, não apresentando qualquer dos candidatos que representaram o partido nos últimos dez anos em Joane. Erro grave. Uma coisa é ir renovando as listas e os rostos. Outra coisa bem diferente é varrer tudo, fazer do passado tábua rasa e rejeitar toda a experiência acumulada. Para além disto, que não é pouco, neste caso concreto, a rejeição de alguns rostos do partido foi ainda uma consequência das últimas eleições internas do Partido. Erro também. Um Partido que se apresenta publicamente dividido é um Partido fragilizado. As eleições internas num Partido são um acto normal em democracia. Mas o que não pode acontecer é que eleições internas acabem por ter uma tradução pública.
Finalmente, e ainda analisando ausências nas listas do PSD, como explicar a ausência do presidente do núcleo de Joane? De tudo o que atrás se discutiu, este facto é o mais difícil de explicar. Aliás, parece-me inexplicável. Terá o presidente do núcleo que a sua presença nas listas mais do que conquistar votos fazia perder votos? Talvez. Terá o presidente do núcleo sido proibido pela hierarquia do Partido de se candidatar? Talvez. Seja qual for a resposta, a verdade é que nenhuma das respostas ajuda o Partido. Um presidente do Partido tem sempre que ter qualidades pessoais, políticas e boa imagem pública para fazer parte de uma lista em lugar de destaque.
13 novembro 2005
Resultados Autárquicas 2005 - Junta de Freguesia
inscritos: 6082
votantes: 4473 73,54%
brancos: 54 1,21%
nulos: 37 0,83%
PS: 2289 votos 51,17% 7 mandatos
PPD/PSD.CDS-PP: 1738 votos 38,86% 6 mandatos
B.E.: 234 votos 5,23%
PCP-PEV: 121 votos 2,71%
votantes: 4473 73,54%
brancos: 54 1,21%
nulos: 37 0,83%
PS: 2289 votos 51,17% 7 mandatos
PPD/PSD.CDS-PP: 1738 votos 38,86% 6 mandatos
B.E.: 234 votos 5,23%
PCP-PEV: 121 votos 2,71%
12 novembro 2005
Freguesia de Joane
População: 6249
Actividades económicas: Indústria têxtil, agro-alimentar, comércio e serviços
Festas e Romarias: S. Bento (1.º domingo de Setembro), Santo Amaro (14 e 15 de Janeiro), Procissão do Senhor dos Passos (Páscoa), Santo António e Senhora da Carreira
Património: Igreja, Capela da Senhora da Carreira, Capela de S. Bento e Casa dos Castros de Vila Boa ou Casa da Torre de Cima
Outros Locais: Alto da Torre
Gastronomia: Pão-de-Ló
Artesanato: Guarda-sóis
Colectividades: Associação Desportiva e Popular “Os Águias”, Associação Musical de Joane, Associação Teatro Construção, G. D. de Ruivos, Grupo Folclórico de Danças e Cantares de Joane, G.D. de Joane, Sociedade Columbófila de Joane e Frater-nidade Nuno Álvares
Orago: Divino Salvador
Feiras: Semanal, aos sábados
Joane: Terra de templários
Freguesia do concelho e comarca de Vila Nova de Famalicão, Joane dista 11 quilómetros da sede do concelho. O primeiro documento que a refere data de 1065 A antiga freguesia terá sido reitora de apresentação da Mitra ou de apresentação alterada da Mira do Rei ou do Papa. Crê-se ter pertencido inicialmente à Ordem dos Templários que aqui tinha reitoria e comenda, mas em 1319 passou para a Ordem Cristo. Fazem parte desta freguesia os lugares de: Agra de Alvar, Assento, Bairros, Barreiros, Charrueiras, Cima de Pele, Cividade, Gavim, Giestal, Lapa, Mato Senra, Monte, Montilhão, Moutinho, Pulsos, Romão, Rúivos, S.. Bento, Souto, Sub-Carreira, Tapada, Telhado, Torre, Valdemar, Vau e Vila Boa. Atravessa esta freguesia a estrada feita pela compa-nhia Viação Portuense que liga Famalicão a Guimarães; dentro dos limites tem duas pontes, uma junto ao lugar de Vila Boa e outra no sítio de Laborins. A primeira atra-vessando o rio de Pele e a segunda o ribeiro de Laborins, além de vários pontilhões de serviço particular e público. No primeiro destes ribeiros abundavam trutas e peixe miúdo e em ambos há moinhos de moer milho grosso.
São antigas as referências à vila de Joane, remontando, as primeiras, ao período antes da formação da nacionalidade, nomeadamente ao ano de 1609.
De proveniência latina, o topónimo Joannem está associado e, historicamente relacionado, a um primitivo possuidor da “villa” (grande unidade agrária) do mesmo nome, existindo ainda a casa-sede e o local (aldeia de Joane), o qual se considera ter sido um dos mais respeitáveis proprietários do período romântico. Joane, indicará, por isso, uma antiga unidade agrária dimensionada pelos romanos, abrindo-se a estes a organização da primitiva agricultura da Península Ibérica.
Distando 11 km de Famalicão (sede Concelho), Joane é, hoje, um importante ponto de passagem de tráfego rodoviário. Contribui decisivamente para este facto a Via Inter-Municipal que liga a vila a Vizela em poucos minutos.
Ocupa uma área de 725 ha e conta com uma população residente de cerca de oito mil habitantes.
Das actividades económicas desenvolvidas, a indústria é, sem dúvida, a dominante seguindo-se o sector dos serviços que se tem implementado e desenvolvido. Assim, Joane, assume-se como um pólo de desenvolvimento em plena expansão. A confirmar e consolidar esse desenvolvimento saliente-se o facto de, em 3 de Julho de 1986, ter sido elevada à categoria de vila, afirmando-se como um dos centros mais desenvolvidos do concelho.
Quanto à Heráldica – armas e brasão – recentemente aprovada, é constituída por quatro castelos, dada a categoria de vila, uma roda dentada simbolizando a indústria e os restantes elementos, espigas e cacho de uvas, como símbolo de fertilidade e agricultura.
Joane (António Luís Machado Guimarães, 1.º barão).
n. 31 de Janeiro de 1820.
f. 18 de Junho de 1882.
Fidalgo cavaleiro da Casa Real; comendador da ordem de Cristo, cavaleiro da de N. Sr.ª da Conceição, proprietário na vila de Joane.
N. em V. N. de Famalicão a 31 de Janeiro de 1820; fal. em Joane a 18 de Junho de 1882.
Casou duas vezes; a primeira com D. Joana Teresa Guimarães, e a segunda com D. Praxedes de Sousa Guimarães, filha de Bernardino de Sousa Guimarães, capitalista. Do primeiro matrimónio, houve um filho, com o mesmo nome de seu pai, nascido a 18 de Janeiro de 1846, que fal. há poucos anos, o qual foi presidente da câmara municipal de V. N. de Famalicão e o 2.ª barão de Joane. Do segundo matrimónio foi filho o Sr. conselheiro Bernardino Machado. (V. Machado Guimarães). Teve a concessão do título de barão de Joane por decreto de 11 e carta de 16 de Julho de 1870. 0 brasão de armas é um escudo com as armas dos Machados. A baronesa viúva, D. Praxedes de Sousa Guimarães, fal. em Vila do Conde em Setembro de 1901.
Actividades económicas: Indústria têxtil, agro-alimentar, comércio e serviços
Festas e Romarias: S. Bento (1.º domingo de Setembro), Santo Amaro (14 e 15 de Janeiro), Procissão do Senhor dos Passos (Páscoa), Santo António e Senhora da Carreira
Património: Igreja, Capela da Senhora da Carreira, Capela de S. Bento e Casa dos Castros de Vila Boa ou Casa da Torre de Cima
Outros Locais: Alto da Torre
Gastronomia: Pão-de-Ló
Artesanato: Guarda-sóis
Colectividades: Associação Desportiva e Popular “Os Águias”, Associação Musical de Joane, Associação Teatro Construção, G. D. de Ruivos, Grupo Folclórico de Danças e Cantares de Joane, G.D. de Joane, Sociedade Columbófila de Joane e Frater-nidade Nuno Álvares
Orago: Divino Salvador
Feiras: Semanal, aos sábados
Joane: Terra de templários
Freguesia do concelho e comarca de Vila Nova de Famalicão, Joane dista 11 quilómetros da sede do concelho. O primeiro documento que a refere data de 1065 A antiga freguesia terá sido reitora de apresentação da Mitra ou de apresentação alterada da Mira do Rei ou do Papa. Crê-se ter pertencido inicialmente à Ordem dos Templários que aqui tinha reitoria e comenda, mas em 1319 passou para a Ordem Cristo. Fazem parte desta freguesia os lugares de: Agra de Alvar, Assento, Bairros, Barreiros, Charrueiras, Cima de Pele, Cividade, Gavim, Giestal, Lapa, Mato Senra, Monte, Montilhão, Moutinho, Pulsos, Romão, Rúivos, S.. Bento, Souto, Sub-Carreira, Tapada, Telhado, Torre, Valdemar, Vau e Vila Boa. Atravessa esta freguesia a estrada feita pela compa-nhia Viação Portuense que liga Famalicão a Guimarães; dentro dos limites tem duas pontes, uma junto ao lugar de Vila Boa e outra no sítio de Laborins. A primeira atra-vessando o rio de Pele e a segunda o ribeiro de Laborins, além de vários pontilhões de serviço particular e público. No primeiro destes ribeiros abundavam trutas e peixe miúdo e em ambos há moinhos de moer milho grosso.
São antigas as referências à vila de Joane, remontando, as primeiras, ao período antes da formação da nacionalidade, nomeadamente ao ano de 1609.
De proveniência latina, o topónimo Joannem está associado e, historicamente relacionado, a um primitivo possuidor da “villa” (grande unidade agrária) do mesmo nome, existindo ainda a casa-sede e o local (aldeia de Joane), o qual se considera ter sido um dos mais respeitáveis proprietários do período romântico. Joane, indicará, por isso, uma antiga unidade agrária dimensionada pelos romanos, abrindo-se a estes a organização da primitiva agricultura da Península Ibérica.
Distando 11 km de Famalicão (sede Concelho), Joane é, hoje, um importante ponto de passagem de tráfego rodoviário. Contribui decisivamente para este facto a Via Inter-Municipal que liga a vila a Vizela em poucos minutos.
Ocupa uma área de 725 ha e conta com uma população residente de cerca de oito mil habitantes.
Das actividades económicas desenvolvidas, a indústria é, sem dúvida, a dominante seguindo-se o sector dos serviços que se tem implementado e desenvolvido. Assim, Joane, assume-se como um pólo de desenvolvimento em plena expansão. A confirmar e consolidar esse desenvolvimento saliente-se o facto de, em 3 de Julho de 1986, ter sido elevada à categoria de vila, afirmando-se como um dos centros mais desenvolvidos do concelho.
Quanto à Heráldica – armas e brasão – recentemente aprovada, é constituída por quatro castelos, dada a categoria de vila, uma roda dentada simbolizando a indústria e os restantes elementos, espigas e cacho de uvas, como símbolo de fertilidade e agricultura.
Joane (António Luís Machado Guimarães, 1.º barão).
n. 31 de Janeiro de 1820.
f. 18 de Junho de 1882.
Fidalgo cavaleiro da Casa Real; comendador da ordem de Cristo, cavaleiro da de N. Sr.ª da Conceição, proprietário na vila de Joane.
N. em V. N. de Famalicão a 31 de Janeiro de 1820; fal. em Joane a 18 de Junho de 1882.
Casou duas vezes; a primeira com D. Joana Teresa Guimarães, e a segunda com D. Praxedes de Sousa Guimarães, filha de Bernardino de Sousa Guimarães, capitalista. Do primeiro matrimónio, houve um filho, com o mesmo nome de seu pai, nascido a 18 de Janeiro de 1846, que fal. há poucos anos, o qual foi presidente da câmara municipal de V. N. de Famalicão e o 2.ª barão de Joane. Do segundo matrimónio foi filho o Sr. conselheiro Bernardino Machado. (V. Machado Guimarães). Teve a concessão do título de barão de Joane por decreto de 11 e carta de 16 de Julho de 1870. 0 brasão de armas é um escudo com as armas dos Machados. A baronesa viúva, D. Praxedes de Sousa Guimarães, fal. em Vila do Conde em Setembro de 1901.
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