06 dezembro 2005

A dança das cadeiras (à moda de Armindo)

A Câmara Municipal de Famalicão inaugurou um modelo original de vice-presidências: A Vice presidência rotativa. A coisa funciona assim: durante o
próximo mandato, a vice presidência da câmara será assegurada rotativamente por todos os vereadores.
Este sistema é original. Mas não muito. O Bloco de Esquerda já o utiliza na Assembleia da Républica. Os deputados do Bloco vão girando pelas cadeiras, para se tornarem conhecidos e parecerem muitos, quando são apenas dois ou três.
Segundo a versão oficial, a coisa é assim para que todos os vereadores ganhem esperiência da vice presidência e coisa e tal e tal e coisa e eles falam falam e não dizem nada.
Porque se dissessem, o que diriam é que este modelo serve para que nenhum vereador se atreva a fazer sombra ao senhor Presidente. Assim, evitam-se crises de protagonismo e daqui por quatro anos, quando chegar a altura de apresentar um novo candidato não haverá nenhum vice-presidente que seja apontado como sucessor natural.
O anterior vice presidente, Jorge Paulo Oliveira aceitou caladinho e sossegadinho a perda da vice presidencia. Além disso perdeu ainda o pelouro do urbanismo, talvez o pelouro mais importante. Ou seja, e para quem ainda tinha dúvidas: Jorge Paulo Oliveira perdeu imenso poder no executivo. Sempre caladinho e bem comportado, claro.
A pergunta óbvia é: Porquê estas manobras? Porquê retirar poder ao melhor vereador do PSD? Porquê retirar protagonismo ao vice-presidente? O tempo o dirá, mas só os desatentos se admirarão se daqui a quatro anos se assistir a uma sucessão ao melhor estilo monárquico.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não me parece que seja uma sucessão monárquica, será mais do mesmo sem dúvida.